sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quinta-Feira Santa: Lava-pés

Quinta-Feira Santa
Jo 13,1-15








O dia de hoje é chamado de Quinta-feira Santa porque recordamos o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, o sacerdócio e nos deu o mandamento do amor. Na prática, cada vez que celebramos a Eucaristia nós participamos da Páscoa de Jesus Cristo, nós comungamos — comemos e bebemos — a Cruz e a Ressurreição de Jesus.

Paulo diz que fazemos memória, que não significa lembrar o que Jesus fez, mas atualizar, tornar presente a Cruz e a Ressurreição de Jesus Cristo entre nós. O fato histórico aconteceu há dois mil anos atrás, mas a realidade daquele fato, a Redenção está acontecendo agora, entre nós que celebramos a Eucaristia, graças a ação do Espírito Santo de Deus.

Mas a Eucaristia não se resume na explicação teológica, por mais importante que seja, ajudando-nos a compreender como participamos do Mistério Pascal, através da celebração. É o próprio Jesus que faz questão de nos tirar da teoria para nos conduzir à prática, através do gesto do lava-pés.

Num dado momento da celebração, Jesus levanta-se da mesa, diz o Evangelho que ouvimos, e se veste com outros paramentos, aquele de um servidor, para lavar os pés de seus discípulos. Jesus não apenas ensina com palavras, mas realiza visivelmente como nós damos continuidade à Eucaristia: tirando o manto da festa, tirando as vestes celebrativas, e vestindo o avental, símbolo do serviço.

A Eucaristia, portanto, tem duas vestes e dois espaços. Uma é a veste celebrativa, os paramentos celebrativos, que indicam o meu serviço litúrgico diante do povo. Outra veste é o avental, símbolo do serviço fraterno.

Cada um de nós no final da celebração, é convidado a trocar essa sua veste mais festiva pelo avental, a veste do serviço. Jesus é claro: a Eucaristia não termina na celebração, pois a celebração é uma porta que nos abre ao serviço fraterno.

O lava-pés indica também que a Eucaristia é celebrada em dois espaços e de dois modos diferentes. Existe o espaço celebrativo, feito de ritos, orações, proclamação da Palavra, canções... e existe o espaço vivencial, o local onde vivemos e convivemos com os outros.

O espaço onde nos relacionamos com os outros. Lá também celebramos a Eucaristia. De que modo? Através do serviço fraterno e pela promoção do mandamento novo, que o Senhor nos propôs na sua Ceia derradeira.

Existe, portanto, um modo eucarístico de se viver, que caracteriza o discípulo e a discípula de Jesus, e um modo não eucarístico, que é próprio de quem ainda não é discípulo de Jesus. Vivemos a Eucaristia no dia a dia, como celebração do serviço.

Cada vez que nos dispomos a servir e a colocar em prática o mandamento novo do amor, nós damos graças ao Pai e o bendizemos pela prática da fraternidade. Isso significa, então, que existem dois modos de celebrar a Eucaristia? Não!

Existe o modo celebrativo que se completa no modo vivencial. Nenhum é mais ou menos importante, porque um depende do outro. Só celebramos bem e verdadeiramente participamos da Eucaristia aqui dentro da igreja, se somos sinceros e fraternais em nossos relacionamentos.

Só celebramos bem a Eucaristia em nossa fraternidade, se nos alimentamos da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor na igreja. A Eucaristia, a Missa, portanto, nunca termina. A celebração começa na igreja e continua na vida e, de outro lado, o nosso modo fraterno de viver e de servir é celebrado na igreja.

Nosso Mestre e Senhor não instituiu um rito para ser celebrado, mas um modo de viver, que tem na Mesa da Palavra e Mesa Eucarística o alimento para cultivarmos o amor através do serviço fraterno.

Confira as fotos da celebração, clicando aqui.


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