PADRE ISRAEL

Missa celebrada por dom Vilson marcou a posse no novo pároco da Santa Teresinha

UM PADRE, UMA IGREJA

Revista com a história de padre Arlindo e da Paróquia Santa Teresinha já está à venda!

PARABÉNS, PADRE ARLINDO!

Sacerdote comemorou 77 anos em um jantar com familiares e paroquianos

JUBILEU DE OURO

Padre Arlindo celebra 50 anos de sacerdócio com tríduo e homenagens

COMUNIDADES E CAPELAS DA SANTA TERESINHA

Conheça as comunidades e capelas ligadas à Paróquia Santa Teresinha


sábado, 21 de abril de 2012

Festa de São João



A Comunidade e os devotos de São João Batista, mais uma fez lotaram a Capela de São João, na Vl Jacon na noite do padroeiro.

Após a missa, houve uma procissão pelas ruas do bairro com a chegada festiva com fogos de artifício.


Confira as fotos, clicando aqui.

 

 

domingo, 15 de abril de 2012

Os 77 anos de padre Arlindo

O padre Arlindo Armando De Gaspari nasceu em 20 de abril de 1935, em Limeira (SP). Filho de Ernesto De Gaspari e Anna Piccin De Gaspari, é o terceiro de uma família de mais seis irmãos. Foi batizado pelo cônego Miguel Andery.

Fez o curso primário na Escola Mista do Bairro do Tatu. O padre Rafael Dias deu-lhe a primeira comunhão e foi quem o encaminhou para o Seminário Claret, de Rio Claro, onde cursou os quatro anos de ginásio, de 1947 a 1950.

Fez o curso colegial no Seminário Diocesano de Campi­nas, de 1952 a 1954). Em São Paulo, no Seminário Central do Ipiranga, fez os cursos superiores de Filosofia e Teologia, de 1955 a 1961.

Foi ordenado sacerdote na então Matriz de Nossa Se­nhora das Dores de Limeira, por dom Aníger Francisco de Maria Melillo, em 25 de janeiro de 1962.

Foi professor e diretor espiritual do Seminário Metropolitano de Campinas; vigário cooperador da Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Cam­buí, em Campinas; vigário substituto da Paróquia São Benedito, em Limeira; e vigário cooperador da Paróquia Nossa Senhora das Do­res, em Limeira.

Desde 3 de outubro de 1964 é o pároco da Paróquia Santa Teresinha de Limeira, onde permanece até hoje.


Também serviu como vigário episcopal na Arquidiocese de Campinas e na Diocese de Limeira, concluiu curso de espiritualidade de três meses em Roma, na Itália, e fez curso de Di­reito Canônico em Matrimônio na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em janeiro de 1987.

Construiu a Igreja Matriz de Santa Teresinha, a casa paroquial, o Centro Paroquial, o Centro Pastoral (colônia de férias em Praia Grande) e o Centro de Evangelização Santa Teresinha (CEST) e estruturou as pastorais e os movimentos da paróquia, entre outras obras.

Padre Arlindo também tomou a frente da construção do Centro Vocacional Diocesano, feito para seminaristas que cursavam o segundo grau escolar, inaugurado em 1996, casa esta que, além de já ter vários padres ordenados, abriga atualmente o seminário propedêutico, fase que prepara e antecede a entrada no seminário maior.

No dia 25 de janeiro de 2012, padre Arlindo completou 50 anos de ordenação sacerdotal.

Na sexta-feira, 20 de abril de 2012, haverá um jantar no restaurante La Bolognesa, a R$ 30, com bebidas à parte. Mais informações na secretaria.


sábado, 7 de abril de 2012

Sábado Santo: Vigília Pascal

Vigília Pascal
Mc 16,1-7



O Tríduo Pascal é a imagem da vida humana, da história da humanidade, e é também a imagem da vida pessoal de cada um de nós. Da vida pessoal de quem se coloca na estrada de Jesus como discípulo e discípula do Evangelho.

Nós nos alimentamos na Mesa do Senhor, aprendemos dele a fazer do serviço nosso modo de viver e de ser. Como Jesus, sofremos e passamos por momentos angustiantes, em nossos “Getsemani”, sentindo-nos abandonados por Deus e pelos amigos.

Também nós, em intensidades diferentes, passamos pela “sexta-feira dolorosa” e fazemos experiência do silêncio de Deus. O silêncio divino que acompanhou a Paixão de Jesus, também acompanha nossas vidas em alguns momentos.

Procuramos viver em Deus, mas o percebemos silencioso e, não poucas vezes, sequer percebemos sua presença. O sentimento de abandono toma conta de nossa alma e, como aconteceu com Jesus, gritamos em nossa angustia: “meu Deus, meu Deus, por que me abandonas?”

Nosso sentimento de abandono torna-se ainda mais evidente quando meditamos a celebração desta liturgia e constatamos que nosso Deus ama o diálogo, gosta de conversar e estar conosco.

Sua Palavra é criadora, propõe um caminho de libertação, na passagem do povo hebreu pelo Mar Vermelho, fala para proteger a vida de Isaac, cria um coração novo, onde ele mesmo possa habitar para estar conosco.

E mesmo assim, sentimos em nossos dias, na experiência diária de nossas vidas, que Deus continua silencioso e silenciando. A Ressurreição de Jesus, no entanto, é a prova evidente que Deus se comunica através do silêncio e isso significa que ele jamais está ausente.

Mesmo atravessando desertos, ele silencia, mas não se ausenta. Não o vemos; talvez, muitos de nós, sequer o sentem próximo, mas ele caminha conosco como luz em nossas noites e como proteção em dias ameaçadores. O que fazer para sentir a presença silenciosa de Deus? 

A única exigência que ele coloca é a fé. Não a crença — o crer que Deus existe, por exemplo — mas a confiança que ele está conosco e jamais nos abandona. O Tríduo Pascal, no qual celebramos o Mistério da Páscoa de Jesus, reflete o drama da humanidade diante do silêncio de Deus.

Por isso, pela falta de fé, por não confiar na presença de Deus, a humanidade se afasta dele e, pior que isso, torna-se indiferente. Torna-se uma humanidade voltada para si mesma, com a perigosa confiança que sua ciência é infalível...

Contemplando o sofrimento de Jesus na Cruz, compreendemos a exigência da fé. No auge do silêncio divino, ele entregou ao Pai o seu espírito, a sua vida, por confiar que Deus estava com ele. A resposta veio na Ressurreição.

Aliás, não existe Ressurreição sem fé, sem a confiança inabalável de que Deus, mesmo silencioso, está conosco, está em nós, no coração renovado e purificado pela fé e pelo amor.  A falta de fé, como confiança da presença silenciosa de Deus, abandona a pessoa em suas angústias e a impede de remover as pedras que a sepultam.

Somente com a fé, confiando que Jesus caminha conosco (como aconteceu em Emaús) somos capazes de remover pedras de dúvidas, de medos e de escravidões ditadas por modismos...

O Mistério Pascal de Jesus, iniciado na Última Ceia, marcada pelo serviço, pela agonia do Getsemani, quando o silêncio de Deus o angustiou, tornando-se pesadíssimo no momento da Cruz, reflete a vida da humanidade e nossa vida pessoal. Também nós nos vemos angustiados e crucificados sem uma resposta de Deus.

O Mistério Pascal de Jesus tem uma mensagem clara e urgente ao mundo e a cada um de nós: “tenha fé, confie em Deus e o Senhor te libertará da morte!” Te libertará da morte que mata aos poucos, com pedras que impedem a passagem para a vida e para o viver, sepultando esperanças, alegrias, sonhos, projetos, relacionamentos nascidos com sementes de amor, que secaram e morreram como planta que deixou de ser cuidada.

Quando esses momentos aparecerem, Deus silencia porque o barulho está tomando conta de nós, em nossas cabeças e em nossos corações. Por isso, é momento de voltar a confiar em Deus, porque ele tira pedras que nos sepultam para nos devolver a alegria da Ressurreição. Confie em Deus e ele te ressuscitará! 

Feliz Páscoa! Aleluia!


Fotos da Vigília Pascal:Clique aqui

Vídeo 1


Vídeo 2


Apresentação Power Point

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta-Feira Santa: Adoração à cruz e Via-Sacra

Sexta-Feira Santa
Jo 18,1 - 19,42






Contemplamos, nessa liturgia, a Cruz com a imagem de Jesus Cristo. Refletindo sobre Jesus no Getsemani vimos que sofrer sozinho é uma experiência terrível na vida humana. Sofrer sem a solidariedade de familiares e amigos é experenciar a dimensão do abandono, de não ter ninguém consigo para ajudá-lo a passar pelo caminho doloroso da dor.

Seja no sofrimento físico, da enfermidade, que no sofrimento psicológico de quem perdeu a paz interior, o silêncio do outro só aumenta ainda mais o sofrer pessoal. Entendemos, pois, o tom desesperado do grito de Jesus: “meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”

É o mesmo grito que ouvimos em tantas reclamações de enfermos, em pessoas enfraquecidas emocionalmente, perdidas e sem rumos. Onde está Deus, nesse momento de sofrimento, nesse caminho doloroso pelo qual a vida passa tantas vezes? 


O sentimento de abandono conduz muitas pessoas ao desespero. Desesperar-se é perder a esperança, é perder o rumo e o sentido de viver. O desesperado é aquele que não vê mais saída e, por isso, se entrega diante do sofrimento. Muitos preferem morrer e, aqueles que não conseguem morrer, se deprimem.

Quando nos sentimos sem fé, perdemos a esperança e, quando perdemos a esperança, a vida torna-se cinzenta como uma espécie de escuridão envolvendo a cruz onde estamos pregados. Jesus passou por essa mesma experiência, pregado na Cruz, como lemos nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.

As trevas envolveram a Cruz de Jesus e, novamente, no momento do sofrimento mais profundo que um ser humano pode passar — que é o de ver a morte se aproximando — ele se sente sozinho, abandonado por Deus. Entendemos um outro grito de Jesus, dessa vez, em forma de desabafo: “consumatum est!” — “tudo está consumado”. Tudo acabou!

A morte sela a conclusão da missão de Jesus na terra e é, ao mesmo tempo, momento de libertação do sofrimento. Como dizemos hoje, ao receber a notícia da morte de alguém que sofria demais: “ele descansou”; “Consumatum est!”

É pelo “consumatum est” que Jesus se oferece totalmente ao Pai: “nas tuas mãos, entrego o meu espírito”. Jesus se oferece com tudo que é; um oferecimento realizado no sofrimento. Também naquele momento Deus está silencioso.

Os evangelistas narram que no momento da morte de Jesus, as trevas cobriram a terra. De modo apressado, poderíamos dizer que também Deus se fez escuridão naquele momento. Mas, é justamente o contrário. As trevas são um modo de Deus se fazer silenciosamente presente na hora da Cruz.

A profecia de Amós (Am 8,9), diz que no dia da redenção, a terra ficará escura ao meio-dia. É o que acontece na morte de Jesus. As trevas envolvem a terra. As trevas, na Bíblia, não indicam a ausência de Deus na Cruz de Jesus, mas um modo de presença.

Também no momento do supremo sofrimento da morte, quando as trevas envolvem a cruz de nossa existência, Deus está presente como presença que fortalece e nos ajuda a passar pela Cruz. O que pode, então, sustentar a vida de uma pessoa, no momento supremo de seu sofrimento?

Contemplemos novamente o silêncio de Deus no Getsemani e no Gólgota e consideremos a atitude de Jesus. Ele permanece fiel, se mantém na fé de que Deus está com ele, embora tenha silenciado. Na Cruz, Jesus passa pela dor da Cruz sem entrar no caminho da incredulidade e da dúvida, sem se deixar levar pela tentação de que Deus o havia abandonado.

Somente com a fé, que é compreendida como confiança total e absoluta na presença de Deus, é possível passar pela dor, pelo sofrimento, pela Cruz. Somente quem tem fé confiante, capaz de reconhecer no silêncio e até mesmo nas trevas a presença divina, é capaz de se abandonar em Deus e com ele passar pela Cruz.

Seja no Getsemani como no Gólgota, seja na agonia ou no momento da Cruz, contemplamos a fé confiante em Jesus que se abandona nas mãos do Pai, na certeza de sua presença. A Cruz da Sexta-feira Santa é sinal de sofrimento, na qual Deus se faz presença silenciosa e escura.

A única luz que continua acesa é a luz da fé, pela qual é possível se abandonar em Deus e a ele entregar o espírito, entregar totalmente a vida, mesmo quando sua presença é treva silenciosa.

Fotos da Adoração a Cruz: Clique aqui

Fotos Via Sacra: Clique aqui



Quinta-Feira Santa: Lava-pés

Quinta-Feira Santa
Jo 13,1-15








O dia de hoje é chamado de Quinta-feira Santa porque recordamos o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, o sacerdócio e nos deu o mandamento do amor. Na prática, cada vez que celebramos a Eucaristia nós participamos da Páscoa de Jesus Cristo, nós comungamos — comemos e bebemos — a Cruz e a Ressurreição de Jesus.

Paulo diz que fazemos memória, que não significa lembrar o que Jesus fez, mas atualizar, tornar presente a Cruz e a Ressurreição de Jesus Cristo entre nós. O fato histórico aconteceu há dois mil anos atrás, mas a realidade daquele fato, a Redenção está acontecendo agora, entre nós que celebramos a Eucaristia, graças a ação do Espírito Santo de Deus.

Mas a Eucaristia não se resume na explicação teológica, por mais importante que seja, ajudando-nos a compreender como participamos do Mistério Pascal, através da celebração. É o próprio Jesus que faz questão de nos tirar da teoria para nos conduzir à prática, através do gesto do lava-pés.

Num dado momento da celebração, Jesus levanta-se da mesa, diz o Evangelho que ouvimos, e se veste com outros paramentos, aquele de um servidor, para lavar os pés de seus discípulos. Jesus não apenas ensina com palavras, mas realiza visivelmente como nós damos continuidade à Eucaristia: tirando o manto da festa, tirando as vestes celebrativas, e vestindo o avental, símbolo do serviço.

A Eucaristia, portanto, tem duas vestes e dois espaços. Uma é a veste celebrativa, os paramentos celebrativos, que indicam o meu serviço litúrgico diante do povo. Outra veste é o avental, símbolo do serviço fraterno.

Cada um de nós no final da celebração, é convidado a trocar essa sua veste mais festiva pelo avental, a veste do serviço. Jesus é claro: a Eucaristia não termina na celebração, pois a celebração é uma porta que nos abre ao serviço fraterno.

O lava-pés indica também que a Eucaristia é celebrada em dois espaços e de dois modos diferentes. Existe o espaço celebrativo, feito de ritos, orações, proclamação da Palavra, canções... e existe o espaço vivencial, o local onde vivemos e convivemos com os outros.

O espaço onde nos relacionamos com os outros. Lá também celebramos a Eucaristia. De que modo? Através do serviço fraterno e pela promoção do mandamento novo, que o Senhor nos propôs na sua Ceia derradeira.

Existe, portanto, um modo eucarístico de se viver, que caracteriza o discípulo e a discípula de Jesus, e um modo não eucarístico, que é próprio de quem ainda não é discípulo de Jesus. Vivemos a Eucaristia no dia a dia, como celebração do serviço.

Cada vez que nos dispomos a servir e a colocar em prática o mandamento novo do amor, nós damos graças ao Pai e o bendizemos pela prática da fraternidade. Isso significa, então, que existem dois modos de celebrar a Eucaristia? Não!

Existe o modo celebrativo que se completa no modo vivencial. Nenhum é mais ou menos importante, porque um depende do outro. Só celebramos bem e verdadeiramente participamos da Eucaristia aqui dentro da igreja, se somos sinceros e fraternais em nossos relacionamentos.

Só celebramos bem a Eucaristia em nossa fraternidade, se nos alimentamos da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor na igreja. A Eucaristia, a Missa, portanto, nunca termina. A celebração começa na igreja e continua na vida e, de outro lado, o nosso modo fraterno de viver e de servir é celebrado na igreja.

Nosso Mestre e Senhor não instituiu um rito para ser celebrado, mas um modo de viver, que tem na Mesa da Palavra e Mesa Eucarística o alimento para cultivarmos o amor através do serviço fraterno.

Confira as fotos da celebração, clicando aqui.


domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos

Domingo de Ramos
Mc 14,1 - 15,47

Iniciamos, neste domingo, o caminho Pascal de Jesus Cristo e com Jesus Cristo. Este é o significado da Procissão de Ramos, que abre a celebração Eucarística desse Domingo.

A finalidade ritual dessa procissão não está na lembrança histórica, mas é um rito que nos introduzir no caminho de Jesus e com ele entramos em nossa comunidade para viver com ele a sua Páscoa. É uma procissão, portanto, que convida a refazer o mesmo caminho percorrido por Jesus, mas, dessa vez, em nossa comunidade, em nossas ruas, em nossos bairros.

É um momento especial de olhar para nossa comunidade e nos perguntar se ainda acolhemos Jesus entre nós e, mais importante que isso, perceber que resultados, que mudanças acontecem entre nós por causa desse acolhimento, nós que durante toda a Quaresma nos dispusemos a ser aliados para que o projeto divino, o Reino, aconteça entre nós. Apesar da decisão sincera e do empenho coerente com o Evangelho, as vezes, temos a impressão que estamos sozinhos e que Deus está distante.

Estou falando do “silêncio de Deus”. Na terceira cena da narrativa da Paixão, depois da Ceia Pascal, o evangelista Marcos conta que Jesus foi para o Jardim do Getsemani com uma finalidade bem precisa: estava angustiado porque sua hora tinha chegado e precisava encontrar-se com Deus. Mas, naquele noite, quando Jesus mais precisava, Deus se fez silencioso.

Chega a pedir o afastamento daquele cálice; e Deus continua silencioso. Jesus vai procurar seus discípulos e os encontra dormindo, incapazes de partilhar o angustia sufocante e ansiosa de Jesus. Jesus sentia medo, pavor... em tudo se fez humano, por isso precisava de Deus, mas Deus se fez silencioso. Até mesmo seus discípulos silenciaram no sono.

No Batismo de Jesus, Deus falou declarando que ele era seu Filho amado; na transfiguração, ouviu-se novamente a voz do Pai. No Evangelho do Domingo passado, ouvimos Deus se manifestando... agora não. Deus se fez silencioso no Getsemani e não responde às orações de Jesus. 


O silêncio de Deus incomoda Jesus, a ponto dele sentir-se abandonado e reclamar: “meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” Existe, contudo, um detalhe que chama atenção no drama vivido por Jesus.

Mesmo sofrendo, sentindo-se abandonado, Jesus continua rezando. Nem passa pela sua cabeça discutir se Deus é um Pai desnaturado, que deixa seu filho padecer e morrer. Ao contrário, o Evangelista Marcos faz questão de mencionar que Jesus continua rezando e — aqui tem um detalhe importante — Jesus chama Deus de “Abbà”, uma palavra aramaica, que se traduz por “papaizinho” ou “paizinho”. Era o modo como as crianças pequenas chamavam seus pais.

Não existe infantilismo na oração de Jesus, mas demonstração de confiança profunda de que o silêncio de Deus não significava distância, abandono, afastamento... mas era um modo diferente de ser presença. Existem momentos, nos quais Deus se manifesta de modo palpável, digamos assim, e existem momentos, nos quais Deus silencia, mas não se ausenta. 

É a intimidade com Deus e o poder da oração que mantém Jesus fiel até o fim, não desiste e nem volta atrás, mesmo esbofeteado, ridicularizado, rejeitado... se mantém fiel. A Semana Santa não é museu de tradições passadas, como parece se transformar ultimamente, incentivada pelo marketing do turismo que se diz “religioso”, com finalidade de lucro.

A Semana Santa tem outra finalidade: a de nos fazer entrar na estrada com Jesus, para que possamos chegar à ressurreição. Em nossos momentos de angustias, ansiedades, tristezas profundas, passamos pela experiência do silêncio de Deus.

Muitos irmãos e irmãs confundiram o silêncio de Deus com abandono e deixaram tudo, trocaram de Igreja, abandonaram a fé... foram embora. Não perceberam que silêncio de Deus não significa abandono, mas proximidade silenciosa.

Muitos se deixaram levar pelo discurso que é preciso “acordar” Deus de seu silêncio, como se ouve em pregações televisivas, e acabaram ouvindo-se a si mesmos, consolando-se com emoções de auto-ajuda.

Fugiram do Getsemani e perderam a oportunidade de passar pela experiência do silêncio de Deus que fortalece a fé e a certeza que Deus não nos deixa na Cruz, mas nos ressuscita, como aconteceu com Jesus.

Confira fotos da celebração, clicando aqui.